Maranhão ocupa quarto lugar no País em exploração do trabalho infantil Em Açailândia a situação do trabalho infantil é grave
( com informações da Agência Matraca de Notícias da
Infância)
Atualmente, mais de 3,6 milhões de crianças e adolescentes
ainda trabalham no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD)/IBGE 2011. A situação do trabalho infantil é mais grave nas
regiões Norte e Nordeste, que concentram mais de 1,7 milhões de crianças e
adolescentes trabalhadores, de acordo com a PNAD/IBGE 2011.
A legislação brasileira não permite que crianças e adolescentes
trabalhem até os 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos.
Mesmo dos 16 aos 18 anos, há restrições. Por exemplo, o trabalho não pode ser
executado em horário noturno ou em períodos que comprometam a frequência
escolar, não pode ser perigoso, insalubre ou penoso e nem pode ser exercido em
locais prejudiciais ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social do
adolescente.
O Maranhão ocupa a 4ª colocação no ranking nacional de
exploração do trabalho de crianças e adolescentes na faixa etária de 5 a 17
anos. Basicamente, esses dados se reportam à exploração do trabalho infantil na
agricultura, seguido do trabalho urbano de mendicância e venda de doces.
Segundo o Secretário Executivo do Fórum Estadual de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil do Maranhão (FEPETIMA), Marcelo
Amorim, “mesmo ocupando o 4º lugar, há uma queda nesse número. Em 2009, 189 mil
crianças no Estado sofriam exploração. Em 2012 são 120 mil”. O aumento de
fiscalizações pela Superintendência Regional de Trabalho e Emprego e as
campanhas de mobilização social para denúncia de exploração do trabalho
infantil e adolescente contribuíram para a mudança.
Além disso, o trabalho de parceria entre o Ministério
Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Estadual, iniciado em 2005,
criou 175 termos de ajustamento de conduta firmados com 75 prefeituras no
estado. Estes termos estabelecem adequação e prazo para que os municípios
instituam políticas de erradicação do trabalho. O município que não cumpre as
medidas sofre ação civil pública.
Até 2020 o Brasil tem de erradicar a exploração do trabalho
infantil. O compromisso assinado com a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) também exigiu que até o ano de 2005 fossem erradicadas as piores formas
de exploração do trabalho infantil: o doméstico, na agricultura, a exploração
sexual com fins comerciais, o tráfico de drogas e o trabalho infantil informal
(mendicância e vendas).
Para chamar a atenção sobre esse grave problema social foi
lançada no dia 9 de outubro, a campanha “É da nossa conta! Trabalho Infantil e
Adolescente”. A iniciativa da Fundação Telefônica Vivo, pelo UNICEF e pela OIT,
pretende dar visibilidade ao tema e sensibilizar os diversos setores da
sociedade civil para a responsabilidade de todos na questão.
Em Açailândia, o trabalho infantil, inclusive o doméstico,
só faz aumentar. É impressionante a quantidade de Crianças e Adolescentes que
estão nas calçadas, ruas, praças; no entroncamento; na feira-mercado, em todo
tipo de trabalho, livre, escancarado...
Exemplo recente foi no “Dia de Finados”: dezenas e dezenas
de Crianças e Adolescentes, nos dois cemitérios da cidade, vendendo de velas
a flores, ou limpando túmulos...
Impressiona a falta e fraqueza no enfrentamento pelos órgãos
e programas públicos que tem essa obrigação... A lei, a começar pela Emenda
Constitucional n. º 20, não vale um tostão furado aqui em Açailândia, assim
como as “severas” condicionalidades do bolsa-familia, e por aí vai... omissão,
impunidade, e o futuro de centenas e centenas sendo hipotecado pelo trabalho
precoce e castrador de cidadania...
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