A geração do atraso







(Fonte: jornal "Correio Braziliense", 08-10-12)


A incompetência da mão de obra tem assombrado o setor produtivo no Brasil.

A escola, além de não formar gente qualificada, deixou crescer a evasão dos adolescentes entre 15 e 17 anos - justamente a idade em que se desperta o cérebro para o mercado.

 Até 2011, 1,6 milhão de brasileiros nessa faixa etária estava longe das salas de aula.

Comparado a 2009, houve um avanço de 11,72%. Esse grupo também se distanciou do trabalho: entre 2001 e 2011, a ocupação nessa idade caiu 25,72%.

 Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e levantam a dúvida: para onde vão os jovens brasileiros?

 Fora das salas de aula e do mercado de trabalho, as opções se mostram escassas e estão associadas à violência, ociosidade, mercado informal e pobreza.

Limbo – Esse cenário faz do Brasil um dos piores no ranking da educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): a bandeira verde e amarela aparece em 53ª lugar.

 "O Brasil está jogando nossos meninos e meninas no limbo ao abrir mão de 1,6 milhão de jovens como capital e força de trabalho", observa Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Itaú Unibanco.

 "Não é possível que nossa sociedade não entenda o que está em jogo, que ache razoável 16% de seus jovens, no auge da formação, fora da escola", afirma.

Obs.:

 Aqui em Açailândia-MA., a situação não é muito diferente. A evasão escolar, nessa faixa etária, é alarmante.

E ocorrências policiais, atos de vandalismo e violência, não ficam atrás. É uma geração "jogada às baratas", sem tantas oportunidades de arte, esporte, lazer, aprendizagem.

 As raras que existem (ProJovem Adolescente, equipamentos socioculturais, cursos profissionalizantes,etc) não atendem à demanda, tampouco atraem os-as Adolescentes, não há um leque de alternativas que os-as contemplem.

Não é simplesmente uma geração do atraso, é uma geração perdida, não por sí, mas por exclusão e rejeição...

Faltam políticas públicas, e ações da sociedade, e as que existem carecem de ampliação, fortalecimento e eficiência.

As famílias também precisam ser fortalecidas, empoderadas, terem competencia e recursos para criarem seus filhos.


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