“DIA DAS CRIANÇAS? SERÁ?”...


“Dia das crianças? Será? Desde quando é preciso ter um dia especial para as crianças? O dia delas não serão todos os dias?


Não vemos todos os dias reportagens na TV, no rádio sobre o que acontece com nossas crianças? Quantas crianças no trânsito, pedindo, vendendo balas ou fazendo malabarismos com pequenos pedaços de madeira para que alguém veja e lhes dê um trocado. 


Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) cerca de 4 milhões de crianças e adolescentes menores de 15 anos ainda trabalham no Brasil. Elas são mãos-de-obra do setor agrícola, trabalhando nas plantações de café, cacau, algodão e outras formas de trabalho. 


O trabalho infantil no país ocorre de forma bastante diversificada, em todos os setores da produção. Pandelot (2006) salienta que de acordo com o IBGE e diversos relatórios de instituições governamentais e não-governamentais comprometidas com o combate e erradicação da exploração infantil no Brasil, há crianças trabalhando em lixões, comércio ambulante, casas de lenocínio ou pontos de prostituição e tráfico de drogas.


 Há também grandes contingentes trabalhando em lavouras de cana-de-açúcar, pedreiras, serviços de olaria e cerâmica, oficinas mecânicas, pesca e avicultura.


Esse trabalho, sem dúvida, além de proibido por lei, não pode ser realizado por essa faixa etária de pessoas, pois pode prejudicar o seu desenvolvimento físico, intelectual e psicológico.


 Por ajudarem no sustento da família, essas crianças trabalhadoras acabam enfrentando sérios problemas em sua educação.

O trabalho infantil toma um tempo que as crianças utilizariam para estudar, descansar ou, o que é muito importante: brincar!

 A falta de qualquer uma dessas atividades compromete o bom rendimento escolar. E são várias as crianças que perdem parte da infância trabalhando como adultos. Elas apresentam fraco desempenho na escola, pois estão muito cansadas para estudar e aprender então, infelizmente, algumas param de estudar.

Ocorre que crianças que repetem o ano escolar ficam atrasadas em relação às outras da mesma idade. Isso faz com que elas abandonem os estudos para se dedicar de vez ao trabalho.

Existem várias entidades sociais que alertam que o trabalho infantil é uma das formas mais perversas de violação dos direitos de crianças e adolescentes.

 Esse tema tem sido debatido por governantes e associações ligadas aos direitos das crianças e adolescentes, e toda a sociedade precisa ver esse combate como uma questão de direitos humanos.

De acordo com o segundo princípio da Declaração dos Direitos da Criança, a mesma tem o direito de ser compreendida e protegida, e devem ter oportunidades para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade.

 As leis devem levar em conta os melhores interesses da criança.

Nossas crianças têm direito a infância, educação e lazer e, portanto, toda a forma de trabalho infantil deve ser condenada.

A infância merece atenção especial, pois é uma etapa da vida especialmente destinada à educação e formação do indivíduo e uma sociedade que busca a justiça e a igualdade de oportunidades a todos os seus cidadãos não pode admitir que suas crianças percam seus direitos mais básicos. 


Curiosidade: Você sabe como surgiu o dia das Crianças?  Dia das Crianças no Brasil foi sugerido pelo deputado federal Galdino do Valle Filho, na década de 1920. Arthur Bernardes, então presidente do Brasil, aprovou por meio do decreto de nº 4867, no dia 5 de novembro de 1924, a data de 12 de outubro como o dia dos pequenos.

O Dia das Crianças só passou a ser comemorado mesmo em 1960, quando a fábrica de brinquedos Estrela fez uma promoção junto com a empresa Johnson & Johnson para lançar a "Semana do Bebê Robusto" e aumentar suas vendas.

A idéia das duas empresas deu tão certo que outros comerciantes resolveram adotar a mesma estratégia. E assim, dia 12 de outubro é dia de criança ganhar presente!”

(Por Sonia das Graças Oliveira Silva)


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