O que você precisa saber sobre a fome em 2012

(por Raphael Gomes — janeiro 2012, *Fonte: ONU Brasil)


Quantas pessoas passam fome no mundo e onde a maioria delas vive? Quais são os efeitos da desnutrição sobre  a mente e o corpo e o que podemos fazer para ajudar essas pessoas? O Programa Mundial de Alimentos (PMA) preparou uma lista com dez fatos essenciais para entender por que a fome é o maior problema solucionável que o mundo enfrenta hoje.

1. Aproximadamente 925 milhões de pessoas no mundo não comem o suficiente para serem consideradas saudáveis. Isso significa que uma em cada sete pessoas no planeta vai para a cama com fome todas as noites. (Fonte:
FAO, 2012)

2. Embora o número de pessoas com fome tenha aumentado, na comparação com o percentual da população mundial, a fome na verdade caiu de 37% da população em 1969 para pouco mais de 16% da população em 2010. (Fonte:
FAO, 2010)

3. Bem mais que a metade dos famintos do mundo – cerca de 578 milhões de pessoas – vivem na Ásia e na região do Pacífico. A África responde por pouco mais de um quarto da população com fome do mundo. (Fonte:
FAO, O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo, 2010)

4. A fome é o número um na lista dos 10 maiores riscos para a saúde. Ela mata mais pessoas anualmente do que AIDS, malária e tuberculose juntas. (Fonte:
UNAIDS, Relatório Global de 2010; OMS, Fome no mundo e Estatística Pobreza, 2011).

5. Um terço das mortes entre crianças menores de cinco anos de idade nos países em desenvolvimento estão ligadas à desnutrição. (Fonte:
UNICEF, Relatório sobre Nutrição Infantil, 2006)

6. Os primeiros 1.000 dias da vida de uma criança, desde a gravidez até os dois anos de idade, são a janela crítica para combater a desnutrição. Uma dieta adequada neste período pode protegê-las contra o nanismo mental e físico, duas consequencias da desnutrição. (Fonte:
Comitê Permanente da ONU sobre Nutrição, 2009)

7. Custa apenas 25 centavos de dólar por dia alimentar uma criança com todas as vitaminas e os nutrientes de que ela precisa para crescer saudável. (Fonte:
PMA, 2011)

8. Mães desnutridas muitas vezes dão à luz bebês abaixo do peso. Essas crianças tem 20% mais probabilidade de morrer antes dos cinco anos de idade. Cerca de 17 milhões de crianças nascem abaixo do peso a cada ano. (Fonte:
UNICEF, Um Mundo para as Crianças, 2007)

9. Em 2050, as alterações climáticas e os padrões climáticos irregulares levarão mais de 24 milhões de crianças à fome. Quase metade dessas crianças vivem na África Subsaariana. (Fonte:
PMA, Mudanças Climáticas e Combate à Fome: Respondendo ao Desafio, 2009)

10. A fome é o único grande problema solucionável que o mundo enfrenta hoje. Aqui estão oito estratégias eficazes de combate à fome.

Oito exemplos de ajuda efetiva no combate à fome

Da merenda escolar até os vales-refeição, aqui estão oito exemplos de ajuda que a experiência do Programa Mundial de Alimentos (PMA) tem demonstrado ser eficaz.

1. Alimentação escolar ajuda no aprendizado das crianças
O fornecimento de refeições gratuitas para as crianças na escola significa dar a comida que necessitam para se concentrar em sala de aula. Isso também contribui para que elas permaneçam na escola e obtenham a educação necessária para escapar da pobreza e da fome.  

2. Cestas de alimentos para uso doméstico mantém as meninas na escola
Doar cestas de arroz ou óleo para meninas que frequentam a escola é um incentivo para que os pais orientem suas filhas para o colégio, em vez de mantê-las em casa. Meninas educadas hoje significam famílias mais fortes no futuro.
3. Treinamento para a autonomia das mulheres
Ao dar cestas alimentares para mulheres pobres em troca de cursos de formação em jardinagem, apicultura ou de outras competências, garante-se um meio para que elas se sustentem e ajudem suas famílias ao longo dos anos.

4.  Mães bens alimentadas significam bebês saudáveis

Ao fornecer o tipo certo de nutrientes e alimentos para as mulheres durante a gravidez ou a amamentação de seus filhos são dados os nutrientes necessários para desenvolver mentes e corpos saudáveis.
5. Alimentos nutritivos ajudam a combater a AIDS
Pessoas que vivem com HIV precisam de muita energia e nutrientes de modo que seus corpos possam combater o vírus e absorver os medicamentos antirretrovirais.

6. Vales permitem que cidadãos com fome tenham acesso a comida
Quando há comida nos mercados, mas as pessoas pobres simplesmente não conseguem pagar por ela, então os vales-refeição podem ajudar a garantir às famílias vulneráveis acesso aos alimentos. Essas pessoas também ajudam a sustentar a economia local.
7. A ajuda alimentar salva vidas após desastres
O fornecimento de rações alimentares de emergência após um terremoto ou uma inundação pode salvar milhares de vidas. Ele também pode manter as crianças livres da desnutrição, protegendo assim o seu desenvolvimento físico e mental.

8. Apoio aos agricultores fortalece as comunidades
Dar formação e apoio aos pequenos agricultores, ajudando-os a se conectar melhor aos mercados, auxilia as comunidades a desenvolver sistemas de produção de alimentos resilientes e capazes de resistir a choques ocasionais.
Obs.:
 Apesar de inegáveis avanços nas políticas sociais e de segurança alimentar, ainda se passa (e se morre de...) fome no Brasil. E a sub-nutrição, e a má alimentação, campeia de norte a sul, de leste a oeste.  E Açailândia do Maranhão é Brasil, e a questão também  é muito séria por aqui...
Gestantes e nutrizes, por exemplo, não tem tido devida assistência alimentar, como preconiza o ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 9º. Não há creches públicas (a não ser as “creches” escolares...), por exemplo, ou programa de subsidio alimentar às nutrizes, como bem mostram os dados de registro e atendimento do CONTUA/Conselho Tutelar.
A “merenda escolar” ainda deixa a desejar...
Carecemos de uma efetiva “política municipal  de segurança alimentar”.

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